Helvetica e o metrô de Nova York [Parte 3/3]

Por Escritores convidados

19 de janeiro de 2009

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Aloha!

Minhas crianças, é com grande prazer que encerramos hoje nossa jornada pela história tipografica do metrô de NYC com a publicação da terceira e última parte desse artigo escadalosamente incrível de Paul Shaw. Enjoy it!

Pra quem não leu as primeiras partes: parte 1 e parte 2.

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por Paul Shaw

Mudando o Manual… Novamente

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NYCTA Graphic Standards Manual Revision, 1980, de Ralph DeMasi (cortesia de Peter Joseph)

A alteração foi formalizada em 1980 através de uma revisão da edição de 1970 do Graphics Standards Manual – fotocopiado em tamanho reduzido e encadernado com uma fita preta – criado por Ralph DeMasi, um arquiteto do corpo de funcionários. Mudanças no programa de sinalização da Unimark foram feitas pegando-se cada especificação definida no documento original e escrevendo-a na revisão, adicionando-se notas nas margens, criando-se novos diagramas a partir dos antigos (com a Standard sendo reproduzida à mão), e inserindo-se novas páginas inteiras com a arte. O manual revisado foi um “trabalho em curso”, e não um documento formal. Entre as mudanças incluídas, estavam: o aumento no tamanho das letras menores (de 1 3/8 de polegada para 1 ½ de polegada), inserção de diamantes para marcar trens de meio-período – os que circulam somente durante o dia, somente à noite, somente aos fins de semana ou em horários de pico – e novos símbolos para o novo “Trem para o Avião” (um trem exclusivo para o aeroporto JFK e para os ônibus), um código de cores expandido com dez tonalidades ao invés de sete, novos nomes para sete das rotas, nova arte para os nomes das rotas (com fonte maior), o uso de preto ao invés de branco na fonte dos discos amarelos e diamantes, novos designs para as catracas, novos tipos de sinais (por exemplo, indicações de escadas rolantes), novos símbolos para indicar banheiros e acesso para cadeira de rodas, e mapas para as plataformas das estações. Por toda parte há lembretes de que “todos os letterings devem ser brancos com fundo preto”, e a fina faixa branca foi introduzida na seção de “Sinalização de uma coluna típica”. Entre estas mudanças está a nota número 2 na página 9: “Quando a letra ‘J’ aparecer em discos ou diamantes – usar ‘J’ da Helvetica”. Esta é a primeira aparição oficial da Helvetica no sistema de sinalização.

Apesar do fato de que a decisão de se mudar a relação figura/fundo tenha sido tomada por volta de 1973 e anunciada publicamente em 1979, levou um tempo até que os novos sinais fossem implantados – assim como levou anos para que os sinais originais da Unimark fossem aplicados. Alguns sinais foram instalados já em 1978, quando a TA começou o programa de renovação de estações sob direção do arquiteto da própria agência Paul Katz. Mas quando a campanha “Estamos mudando” (We’re Changing) foi apresentada em 1979, as fotos e pôsteres da apresentação mostravam sinais da Unimark sendo “remendados” com adesivos das rotas marcando o novo código de cores e os novos diamantes. Estes adesivos tinham fundo preto ao invés de branco ou claro, o que era uma indicação de que eles pudessem estar considerando trabalhar com sinais brancos sobre fundo preto. Eles eram uma medida de tapa-buraco – idéia de Ingalls, que os chamava “pastéis” – para resolver o problema de forma rápida e econômica de coordenar a apresentação do novo mapa de Tauranac-Hertz com a sinalização nas estações.

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(linha superior, da esquerda para a direita) Instalação do adesivo no sinal estilo Unimark (MTA 1978 Annual Report); sinal originalmente da linha A (c. 1981) usando módulos estilo Unimark (cortesia do New York Transit Museum); (linha inferior) Sinais na Times Square (c. 1982), usando uma mistura de módulos do estilo Unimark invertido (foto: John Tauranac); e uma variação pouco usual do estilo Unimark , na Hoyt Street 2/3 (c. 1979).

A MTA pretendia completar o programa de código de cores em 36 meses, mas os planos foram encurtados. O mapa de Tauranac-Hertz foi emitido conforme anunciado, em 1979, mas em 1982 a MTA anunciou que tinha iniciado a atualização da sinalização nas estações um ano antes e que não tinha começado ainda a alterar os letreiros dos trens. Esperava-se a nova sinalização em 78 estações até o fim do ano. A situação dos letreiros era ainda pior. O The New York Times informou que estavam tão atrasados no cronograma que os sinais de destino dos trens AA estavam indicando “Hudson Terminal” (ao invés de World Trade Center, que o havia substituído mais de uma década antes) e em sete trens estava sendo indicado World’s Fair (as coisas estavam ainda pior do que noticiado pelo Times: a linha AA havia sido renomeada como K). Porém, ao final dos anos 80, graças à guinada na economia da cidade de Nova Iorque e uma série de programas de investimento de capital para modernizar as estações, os sinais da Unimark revisados finalmente puderam aparecer na maior parte do sistema de metrô.

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Diretrizes para os sinais nos limites da plataforma, do NYCTA Graphic Standards Manual Supplement 1984, da Michael Hertz Associates (cortesia de Peter Joseph).

Em 1984, a Michael Hertz Associates foi contratada como “consultora de sinalização para o departamento de arquitetura da TA”. O trabalho de Hertz no mapa do metrô de 1979 teve alguma influência na escolha da firma para este contrato, que foi firmado após um processo de licitação. A empresa preparou uma segunda revisão do Graphic Standards Manual de 1970 para a NYCTA. O suplemento que Hertz e seu sócio Peter Joseph criaram era mais profissional que a versão de DeMasi, apesar de também existir apenas fotocopiado e encadernado com fita. O texto era totalmente typeset, assim como todos os exemplos de sinalização. O suplemento apresentava as maiores mudanças do manual revisado de 1980, trazendo trabalho de arte em alta qualidade para os novos discos e diamantes de serviço, nomes e cores das rotas e símbolos auxiliares. Também incluía diretrizes para sinais nas portas e sinais de Área de Espera em Horários de Baixo Movimento. Apesar de não haver qualquer menção de mudanças na fonte oficial, algumas das ilustrações usavam Helvetica ao invés de Standard. Se os sinais reais eram feitos com Helvetica não se sabe, mas a “Helveticalização” estava aparecendo.

O processo de preparar a arte para os sinais de porcelana esmaltada tornou-se mais profissional quando a Michael Hertz Associates começou o trabalho de sinalização do metrô do que quando a Unimark foi contratada pela primeira vez. Esta é a descrição de Joseph sobre isso: “O design, aparentemente, consistia de um plano mostrando a localização dos sinais indicados por um número. Estes números correspondiam a uma agenda com uma mensagem, tamanho do sinal, e tipo do sinal (pan-formed, chapado etc). O fornecedor (Michael Hertz Associates) teve que submeter os esboços de cada um dos sinais em tamanho real, para que a TA os aprovasse. Estes esboços eram então enviados para um produtor de PE (porcelana esmaltada) que produziria os stencils ou telas dos desenhos… a partir dos quais os sinais reais foram fabricados”. O Bergen Street Shop não estava mais envolvido no processo.

Esta Fonte Está Mudando Sua Vida

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Caminhão de saneamento, 1967. Projetado por Walter Kacik & Associates. Da Print de março/abril de 1968.

O mito do predomínio da Helvetica começou com o artigo de Leslie Savan em 1976 para a Village Voice, “Esta Fonte Está Mudando Sua Vida” (This Typeface Is Changing Your Life). Savan tentou explicar a repentina difusão das fontes sans serif nos anos 70, focando sua atenção em Vignelli e Lippingcott & Margulies. “Desde 1967”, escreveu ela, “a MTA tem gradualmente padronizado seus gráficos de cerca de uma dúzia de fontes para uma combinação de Helvetica e Standard Medium (as duas são quase idênticas, mas a última estava mais disponível para a MTA)”. Savan deu erroneamente os créditos do sistema gráfico da agência a Vignelli e Walter Kacik, não fazendo qualquer menção a Noorda ou à Unimark, e unificou a sinalização da TA com o material impresso da MTA.

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Pôster de 1973 da MTA, de Howard York, em Standard (cortesia de Howard York).

A confusão de Savan é compreensível. Em 1973, uma campanha de marketing das agências em conjunto com o nome “A MTA leva você lá” (MTA Gets You There) foi lançada pela MTA para incentivar o trânsito de passageiros. Os materiais impressos – pôsteres, brochuras, mapas, tabelas de horários – deveriam ter um design coordenado, ainda que alguns usassem Standard e outros, Helvetica. O mais importante desta última era o controverso, e hoje ícone, mapa do metrô desenhado em 1972 por Vignelli. Quando questionado recentemente sobre a razão de ter usado Helvetica para o mapa quando a Standard era a fonte do sistema de sinalização, Vignelli respondeu que ele simplesmente “esqueceu” disso. Dada sua devoção pela Helvetica na época, sua resposta pode ser verdade – especialmente por ele ter feito o texto explicativo do Graphics Standards Manual de 1970 nesta fonte!

Quando Vignelli projetou o mapa do metrô, ele não era mais membro da Unimark International. Ele deixou a empresa no ano anterior à fundação da Vignelli Associates, em parceria com sua esposa, Lella. Ao projetar o mapa, Vigelli não precisaria se preocupar em usar qualquer um dos departamentos internos da TA como a Unimark precisou para fazer o sistema de sinalização. A arte foi criada pelos seus funcionários como uma máquina com os tipos definidos por uma casa de tipos de sua escolha. Não houve razões, técnicas ou não, para não usar a Helvetica. A agência de trânsito não reclamou porque estavam usando a Helvetica aqui e ali em diversos itens impressos desde 1967. A campanha “A MTA Leva Você Lá” era somente uma parte de sua tendência para campanhas não padronizadas.

O mapa do metrô levou muitos – tanto designers quanto não designers – a assumir que Vignelli projetou o sistema de sinalização da NYCTA sozinho e que usou a Helvetica. Por exemplo, o designer de interiores Stanley Abercrombie, em uma edição que acompanhou a exibição Cooper-Hewitt Museum de 1977/1978 “Subways”, creditou a sinalização a Vignelli e elogiou o uso de uma fonte “limpa e elegante como a Helvetica”. Da mesma forma, o website do Design Museum de Londres, declarou sobre a Helvetica: “Do lindamente implantado sistema de sinalização do metrô de Nova Iorque, feito por Vignelli, ao uso do sinal genérico de saída, a flexibilidade da fonte parece não ter fronteiras”. O mais impressionante de tudo isso é que os autores de Subway Style – conforme publicado pelo New York Transit Museum da Metropolitan Transportation Authorit – insistem que o manual dizia que a fonte a ser usada nas sinalizações deveria ser “exclusivamente a Helvetica”.

A Helvetica finalmente tornou-se a fonte oficial do sistema de sinalização do metrô da cidade de Nova Iorque em dezembro de 1989, quando a divisão de Marketing e Comunicação Corporativa da MTA, departamento responsável pelos padrões gráficos, publicou o novo manual. Este foi preparado pela Michael Hertz Associates por solicitação de Doris Halle. Na introdução do MTA Sign Manual New York City Transit Authority Long Island Rail Road Metro-North Commuter Railroad, Richard Kiley, presidente da MTA, o chamou de “primeiro passo em direção a uma sinalização unificada, de alta qualidade, por toda a MTA”. Este fato marca a primeira tentativa da MTA em estabelecer um conjunto de padrões gráficos consistentes para todas as agências constituintes. Apesar de não apresentar detalhes, ele diz incorporar a maior parte do Graphics Standards Manual, “assim como as modificações feitas nos últimos anos. Ele foca em alguns precedentes já comprovados”.

O MTA Manual de 1989 ratificou as “modificações” feitas em 1980 e em 1984 entre as revisões do Graphics Standards Manual de 1970. Desta maneira, o sistema modular de Noorda não existia mais como componentes físicos, mas apenas como unidades gráficas. Os sinais puderam ter maior variedade de tamanhos e havia maior diversidade de opções de fabricação, incluindo adesivos de vinil serigrafados para atualização dos sinais de porcelana esmaltada. A espessura e a posição da faixa branca foram oficialmente definidas. Os discos coloridos de 1984 foram modificados para levar em conta os novos trens 9, H, Z, 1/9 e J/Z. Os diamantes ainda existiam. Os tamanhos de fonte de 1980 foram mantidos. Mas a fonte não era mais a Standard Medium – com poucas exceções.

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Usos básicos dos módulos de sinais (esquerda) do Manual de Sinalização da MTA em 1989 (cortesia de Peter Joseph), e o alfabeto tipográfico (direita) do MTA Graphic Standards: Signage (1988) (cortesia de Michael Hertz).

A escolha da fonte agora mostra o sistema de transporte da MTA completo ao invés de somente o sistema de metrô da cidade de Nova Iorque. O manual era um produto da MTA, e não da NYCTA. A Helvetica Medium (com a Helvetica Medium Italic) foi escolhida como a fonte padrão da NYCTA (incluindo a MABSTOA e a Staten Island Rapid Transit), a Helvetica Medium e a Helvetica Medium Condensed para a LIRR, e a Helvetica Medium Italic para a Metro-North. Não houve menção sobre a substituição de sinais antigos. A Standard permaneceu como parte dos antigos trabalhos de arte das esteiras, porém um diagrama foi incluído para novos discos – com Helvetica – para futuras linhas (como a atual dos trens V e W). A Helvetica Medium Italic foi acrescentada para descrever os horários de operação de trens específicos. O manual alertava que “qualquer outra forma de Helvetica (condensed, regular etc) ou outras fontes nunca devem ser usadas para substituir a Helvetica Medium ou a Helvetica Medium Italic”. Isto parece ser referência ao uso no começo dos anos 80 da Helvetica Medium Condensed em alguns sinais de porcelana esmaltada nas colunas.

Adeus Standard, Olá Helvetica
Por que a MTA abandonou a Standard? Na época, a popularidade da Helvetica estava baixa, com seu uso eventual no começo dos anos 70 induzindo tédio e retrocesso. O pós-modernismo expôs efetivamente a natureza subjetiva da noção modernista do design neutro, racional e universal e, fazendo isso, cortou as principais razões pelas quais muitos designers escolheram a Helvetica ao invés de outras fontes.

A adoção da Helvetica pela MTA pode ter sido fora de ritmo, mas existiram razões para isso. Uma delas é que os novos padrões pretendiam unificar as operações da MTA. Algumas das linhas comutadas já estavam usando Helvetica na sinalização. A empresa de design industrial Peter Muller-Munk Associates de Pittsburgh – projetistas do logotipo M da NYCTA de 1968 – apresentaram-na para a Long Island Railroad (LIRR) em 1969. No começo dos anos 80, a linha New Haven estava utilizando sinais brancos com faixas vermelhas no topo e fonte Helvetica. E por volta de 1987 as linhas Hudson e Harlem do Metro-North tinham sinais brancos com faixas verdes e Helvetica Medium Italic. A herança destas linhas comutadas estava refletida nas decisões do código de cores MTA Manual de 1989: azul para a LIRR, Harlem e Pascack Valley do Metro-Northe verde para a linha Hudson do Metro-North, vermelho para a linha New Haven do Metro-North, e laranja para a linha Port Jervis do Metro-North. As faixas coloridas eram todas descendentes da faixa preta que a NYCTA criou por engano em 1966.

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Sinal em tiras verdes na estação Philipse Manor, da linha Metro-North Hudson (cortesia de Joe Testagrose e Dave Pirmann)

Uma segunda razão é que, ao final dos anos 80, a maior parte dos ônibus da MTA estava usando displays de LED, o que rendeu todo o embate Standard X Helvetica (uma situação semelhante está acontecendo agora com os novos metrôs que têm displays de LED ao invés de discos e rolos com os nomes das rotas). Desde 1972, a Manhatan and Bronx Surface Transit Operating Authority (MABSTOA), subsidiária da NYCTA, usou a Standard para a designação de rotas na frente de seus ônibus. Os sinais eram originalmente letras brancas sobre um fundo preto, mas em algum ponto foi mudada para letras brancas sobre um fundo azul e vermelho – azul para o código de número/letra e vermelho para a descrição da rota. Muitos dos ônibus dos anos 70 continuaram a operar no início dos anos 90, mas desde 1980 eles têm sido substituídos por ônibus Grumman-Flexible e GM RTS, com display LED.

Uma terceira razão é que as mudanças técnicas no typesetting e no design gráfico estavam tomando conta da divisão de marketing e comunicação da MTA. Ao final dos anos 80 todos os efeitos da revolução de publicação de desktop – desencadeada em 1984 pelo conjunto da Apple Macintosh, Apple LaserWriter, linguagem de descrição de página Adobe PostScript e software Aldus PageMaker – começou a ser sentida pela comunidade de design gráfico. As opções de typesetting que a Unimark dispunha em 1966 haviam aumentado. O MTA Manual de 1989 listou os seguintes equipamentos: tipo digital (Linotronic), fotolito (Compugraphic e typositor), sistemas de lettering baseados em fita (Kroy e Merlin), sistemas de corte de stencil e letras por computador (Gerber Signmaker), letras auto-adesivas de vinil (de diversos fabricantes) e letras fabricadas ou cortadas em plástico e outros materiais. A única fonte que estava disponível em todos os sistemas e métodos era a Helvetica. Além disso, a Standard tinha virtualmente “desaparecido”. Ela ainda estava listada na biblioteca VGC Typositor, mas não em livros de espécime da Compugraphic, Linotype ou Adobe. Eles ofereciam a Berthold Akzidenz-Grotesk – a verdadeira identidade da Standard – ou uma versão revisada chamada AG Old Face. A mentalidade de misturar tudo dos anos 60 não era mais uma opção. A Helvetica era a escolha lógica.

A Helvetica realmente apareceu nos sinais do sistema de metrô pelo menos alguns meses antes da divulgação do MTA Sign Manual de 1989. Em outubro daquele ano, quando o atrasado túnel da 63rd Street foi finalmente inaugurado, suas três estações – 63rd Street/Lexington Avenue, Roosevelt Island e 21st Street/Queensbridge – apresentavam design de 1968 e traziam sinalização em Helvetica.

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Sinal da 71 Forest Hills em Standard (esquerda) e da 71 Continental Avenue em Helvetica (meio), na E/F/G/R/V. Parada Elmhurst Avenue G/R/V traz uma mistura de mosaico, esmaltado e sinais pós-Unimark.
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Uma página do MTA Sign Manual (esquerda) e capa (direita), de 1995 (cortesia de Peter Joseph).

Siegel+Gale criaram a marca MTA em 1994, substituindo o M pelas letras “MTA” renderizadas em perspectiva dentro de um círculo. “Um sistema único de identidade para todos os metrôs, ônibus, trens comutados e pontes era necessário para facilitar a implementação do MetroCard, um cartão de pagamento eletrônico que substituía os bilhetes, transferências e troco exato”, de acordo com o parceiro Alan Siegel. O novo logo acompanhou o desenvolvimento e introdução do MetroCard. Um cartão de tarifas eletrônico – usado primeiramente em ônibus, em 1994, e então aplicado a todo o sistema de transportes em 1995 – forçou a divisão de Marketing e Comunicação a revisar seu manual de sinalização novamente, e expandir suas diretrizes de design além da sinalização para todas as formas de comunicação. A Michael Hertz Associates foi contratada para cuidar do manual de sinalização, enquanto o Service Identity Manual era feito pela própria agência. Este último incluía não somente os MetroCards como também materiais de escritório, mapas, quiosques, paradas e veículos. Lock-ups do novo logo em combinação com os logos existentes para cada subunidade da MTA (Staten Island Railway, Bridges and Tunnels, por exemplo) foram criados usando Helvetica Medium e Helvetica Medium Italic. Mas, para material impresso, as opções tipográficas foram ampliadas para incluir todos os pesos da Helvética, além da Times Roman. Provavelmente, a pronta disponibilidade da Helvetica e da Times Roman como fontes-chave nos PCs era o principal fator para esta decisão. Estúpido – mas fácil de se administrar.

Conclusão

O sistema de sinalização que Noorda e Vignelli propuseram a princípio em 1966 provou ser notoriamente flexível. Ele dura até hoje, apesar do número de mudanças que colocou muitos em dúvida a respeito da criação ser realmente deles e da Unimark. Seu sistema modular sobrevive, mas como unidades gráficas, e não mais componentes físicos. A faixa preta, criada por engano pelo armazém e então integrada ao manual de padrões de 1970, existe em diversas cores e formatos. O esquema preto-e-branco agora está em reverso. Os discos coloridos ainda são usados – alguns com a arte original – mas as cores foram mudadas. Finalmente, a Standard Medium deu lugar à Helvetica Medium. Ou, mais precisamente, à Neue Helvetica 65. Além disso, não apenas existe evidência do DNA da Unimark, mas também esta serviu como base de toda a identidade do sistema de transporte.

Portanto, a resposta à pergunta quanto à Helvetica ser a fonte do sistema de metrô de Nova Iorque é sim, ela é – mas não era.

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Como era (e ainda é): ITC Bookman usou na Broad Street J/M/Z (após 1995) e um sinal em construção recente no Street/Columbus Circle em Arial Condensed.

Parte 1 , parte 2.

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Então pessoal o que acharam de super artigo em português? Espero que sirva para aumentar o conhecimento de todos. Comentários, sempre bem-vindos!

Até a próxima!